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Viticultores do Douro temem falta de escoamento de uva e “preços ofensivos”

Dezenas de produtores fizeram protesto esta manhã em Ervedosa do Douro (São João da Pesqueira) e preparam petição que vai ser entregue ao Presidente da República

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Viticultores de Ervedosa do Douro, no concelho de São João da Pesqueira, queixaram-se esta segunda-feira (26 de agosto) de não terem a quem vender as uvas nesta vindima ou de receberem propostas “ofensivas” de compra abaixo do custo de produção.

Na praça do Vinho do Porto, em Ervedosa, juntaram-se esta manhã dezenas de viticultores, numa espécie de manifestação improvisada, que se mostraram preocupados com o futuro da Região Demarcada do Douro, quando as vendas de vinho decrescem e as grandes empresas alegam ter os ‘stocks’ cheios.

Os agricultores aproveitaram ainda para subscrever um abaixo-assinado que vai ser entregue na sexta-feira (dia 30), em São João da Pesqueira, ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

“Já vendi uvas no ano passado a 300 euros a pipa [550 litros], isto é, abaixo do custo de produção. Quem é que consegue produzir uma pipa por 300 euros?”, questionou Albano Fernandes, que explora 18 hectares de vinha e que considerou que o preço justo, para cobrir todas as despesas e para ser sustentável, “rondaria os mil euros”.

Numa altura em que começam as vindimas no Douro, o agricultor disse que ainda não tem a quem vender as uvas não beneficiadas, ou seja, as que não são destinadas à produção de vinho do Porto.

“Agora, já há meia dúzia de malabaristas que vêm ao mercado oferecer 140 euros por pipa. Até aqui não tinham onde meter, mas agora já têm, mas é a preço de saldo”, frisou, salientando que é um valor “muito ofensivo” e que é “gozar com a cara dos lavradores”.

Quanto às uvas destinadas ao vinho do Porto, numa colheita média de 30 pipas, realçou ter a venda assegurada “mas a muito baixo preço”.

E, segundo o produtor, ao mesmo tempo que o valor das uvas desce, os custos de produção, como fitofármacos, combustíveis ou mão de obra, sobem.

Os viticultores pegaram em faixas onde se podia ler “Ervedosa do Douro – maior produtora de vinho do Porto em defesa de todos os durienses” e “o Douro está no abismo – em defesa da nossa sobrevivência e as das nossas terras – unidos conseguimos”, ao mesmo tempo que improvisaram palavras de ordem como “o Douro unido jamais será vencido”, e até cantaram o hino nacional.

Nesta freguesia do distrito de Viseu a viticultura é a principal fonte de rendimento da população e são cerca de 500 os produtores de vinho que ali vivem.

“Esta era uma freguesia rica e está a ficar pobre. Já no ano passado foi uma miséria o que nos pagaram, este ano nem as querem por preço nenhum [uvas], só querem mesmo o vinho do Porto. Os vinhos de mesa não aceitam, estão a dispensar os viticultores e assim as pessoas não se aguentam”, afirmou o presidente da Junta de Ervedosa, Manuel Fernandes.

O autarca é também viticultor. “Eu tenho quem me fique com o vinho do Porto e não tenho quem me fique com o excedente, que é o vinho de mesa, e o que é que eu vou fazer a essas uvas? Vão ficar nas videiras, vou deitá-las ao rio, vou despejá-las na frente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP)?”, questionou, defendendo como preço justo de venda da uva “um euro por quilo”.

Com 20 pipas de benefício, referiu que “vai ter um excedente de 30 pipas” que não sabe onde as meter.

A região sempre viveu com altos e baixos, mas, para Manuel Fernandes, agora “bateu no fundo”.

“Os nossos filhos não querem dar seguimento às nossas coisas, não pode ser assim”, declarou, lamentando a falta de resposta do Governo e frisando que o “Douro também é Portugal, não é só Lisboa”.

O autarca considerou que as dificuldades aumentaram quando as casas exportadoras começam a ter produção própria suficiente e deixaram de precisar dos pequenos e médios agricultores.

“Quando precisaram de nós, o nosso suor valia, fizeram o património deles e agora ninguém se lembra de nós. Estamos a ser escravos”, afirmou João Pinto, referindo-se aos grandes exportadores.

O viticultor disse ter de “andar a pedir esmola” para vender as uvas e quem as compra “paga como quer e quando quer”.

Manuel Covas referiu que o preço de venda da pipa de vinho decresceu desde o ano 2000 para, no ano passado, 1.000 euros por pipa de vinho do Porto e 350 euros por pipa de consumo.

“Feitas as contas, eu tenho um prejuízo de 2.080 euros se me pagarem aos valores do ano passado. Se me pagarem a 150 ou 200 euros, como ouço por aí, veja quanto é que eu perco e mesmo assim não sei se me aceitam as uvas”, frisou.

Tiago Silva, presidente da Cooperativa de Trevões, contou que este ano há viticultores a bater constantemente à porta da adega.

“Dizem que foram dispensados de firmas e adegas particulares que lhes recebiam as uvas e que estão desesperados que não têm quem lhes pegue na produção, e procuram tentar entrar nas adegas”, referiu, acrescentando que a cooperativa decidiu não aceitar mais sócios para proteger os associados”.

O reforço de fiscalização, a proibição de entrada de uvas de fora da região, um apoio direto ao viticultor para esta campanha, a venda da produção a um preço justo, a descativação das taxas pagas ao IVDP, a utilização obrigatória de aguardente da região na produção de vinho do Porto e a reativação da Casa do Douro, enquanto associação pública de inscrição obrigatória, são algumas das reivindicações expressas no manifesto que vai ser entregue ao Presidente da República.

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