Autor

Américo Nunes

04 de 06 de 2021, 20:13

Colunistas

Não caiu sopa no M.E.L

Sem um olhar critico sobre o que fazer com a classe média, distribuindo migalhas pelas inúmeras bolsas de pobreza, dependente do turismo, sem valorizar efetivamente a mais-valia das empresas

Este movimento não atingiu um dos seus primordiais objetivos: conseguir unir os Partidos do Centro e da Direita.
As divergências são insanáveis, as filosofias de base são inconciliáveis, tendo Rui Rio chamado a assembleia à razão:- “O PSD não é um partido de direita, antes o é do Centro”.
Foi sempre como partido do Centro que conquistou o eleitorado, quando as circunstâncias o proporcionaram e quando conseguiu líderes carismáticos, como Cavaco Silva.
Se o Iniciativa Liberal e o CDS são confiáveis, já o cerco criado à volta do Chega gerou um sentimento de rejeição no espectro do centro-direita, o que inviabiliza qualquer tentativa de união e, a presença de Salvini, no seu congresso, só agravou o quadro político.

Que o País necessita de reformas profundas tem sido afirmado insistentemente por Rio, mas o P.S. não se abre a esse desafio, antes mantendo uma “navegação à vista”, cómoda para muita gente, em mar sereno, sem ondas. Como resultado o País vai ficando cada vez mais adiado, atrasando-se relativamente a países que ingressaram muito mais tarde na União Europeia.

Sem um olhar critico sobre o que fazer com a classe média, distribuindo migalhas pelas inúmeras bolsas de pobreza, dependente do turismo, sem valorizar efetivamente a mais-valia das empresas, caminhamos para a insignificância económica, esperando as ajudas da União Europeia.
Se a língua portuguesa ainda nos une às antigas colónias, só se conseguirá perpetuar esses laços fraternos se a economia cimentar essa união. E mais do que o centro do desenvolvimento ser o investimento público, acarinhar as Empresas é o caminho certo.

Temos Pessoas de valor, capazes de catapultar o desenvolvimento do País. É preciso aproveitá-las e valorizá-las, com estabilidade fiscal, com lei laboral justa e com perspetivas de futuro.

PS- Em boa hora fomos buscar às Forças Armadas, sempre prestigiadas, o Vice-Almirante que tem conduzido excelentemente o processo de luta contra a pandemia. Porque não procurar nestes órgãos que asseguram a soberania outros valores?