Covid-19

Empresa de Tondela deteta Covid-19 nas águas residuais

ALS diz que metodologia permite a deteção precoce do vírus

Uma empresa de Tondela está a fazer análise às águas residuais recolhidas nas estações de tratamento para detetar a presença do novo coronavírus.

A ALS Controlvet diz, em comunicado, que “está a implementar métodos de análise a águas residuais, recolhidas em ETARs e estações afluentes, com o objetivo de detetar a presença do vírus SARS-Cov-2”.

“O rastreio e monitorização da Covid-19 por esta via permite a deteção precoce de surtos, uma vez que o vírus é expelido pelo corpo humano numa fase muito inicial da contaminação, vários dias antes de começarem a evidenciar os sintomas”, explica em comunicado a empresa laboratorial.

Para a deteção do vírus nas águas residuais, a ALS desenvolveu dois métodos, um qualitativo que “permite saber a presença ou ausência do vírus” e outro quantitativo que pretende “quantificar a carga viral, monitorizando as tendências de infeção de uma população”.

Os serviços podem ser recomendados por empresas e zonas industriais, escolas e campus universitários, autarquias locais e entidades de gestão de águas residuais, que devem identificar precocemente o surgimento de surtos contando com um sistema de alerta que possibilita a implementação de medidas para mitigar a propagação do vírus.

Daniela Silva, investigadora responsável pela equipa técnica, diz que os dois métodos utilizados para identificar o vírus “têm utilidades diferentes”.

“O método qualitativo é muito útil para a monitorização de proximidade de núcleo populacional que habita um determinado edifício como por exemplo um lar, permitindo atuações imediatas. O método quantitativo é realizado sobretudo nas ETARs e permite saber a evolução do nível de infeção num núcleo populacional muito maior, alertando as autoridades responsáveis para um possível surto que possa aparecer dentro de dias”, explica.

A ALS diz que ambos os métodos estão em vias de acreditação pelo Instituto Português de Acreditação.