Diogo Paredes

10 de 05 de 2024, 10:51

Cultura

Peça da Amarelo Silvestre convida artistas e plateia a integrarem um só corpo no palco

“Corpo Título” leva a palco intérpretes da companhia Dançando com a Diferença, e questiona “os padrões de normalidade que os supostos normais estabelecem”

Fotógrafo: Diogo Paredes

“Um espetáculo sobre o corpo. Sobre o que é o Corpo. Sobre o Corpo que se paga para ter. Sobre o direito de venda do Corpo. Sobre de quem é o Corpo. Sobre o direito ao Corpo.” É deste modo que é apresentada a peça Corpo Título, o novo espetáculo da companhia de teatro Amarelo Silvestre. Com dramaturgia de Rafaela Santos e Alex Cassal, a peça estreia esta sexta-feira no Teatro Viriato.

Além dos três intérpretes da peça, Hélio Santos, Rafaela Santos e Tiago Santos Peres, Corpo Título conta ainda com a participação de nove elementos da companhia Dançando com a Diferença. “Eu tinha iniciado já o período de criação deste Corpo Título, que tinha outros títulos. Vim fazer um workshop com a Dançando com a Diferença no núcleo de Viseu, a propósito do espetáculo Bichos. Apercebi-me que de facto estava a debruçar-me sobre um assunto tão vasto com apenas três corpos”, explicou Rafaela Santos ao Jornal do Centro. “Percebi que de facto gostaria imenso de convidar e desafiar outros corpos a participar. Têm um ambiente e uma prática muito desenvolvida e uma capacidade de provocar um ambiente completamente delicioso de trabalhar”, disse ainda.

Durante quatro dias, Rafaela trabalhou com todo o grupo da Dançando com a Diferença. O resultado da seleção feita dos nove elementos desta companhia resultou num “grupo extremamente coeso, trabalhador, empenhado e muito companheiro”, contou. O objetivo da inclusão da Dançando com a Diferença e, em último caso, do próprio Corpo Título, é questionar os “padrões de normalidade que os supostos normais desenham e estabelecem e contra os quais nos queremos expressar e no fundo confrontar, porque não somos imunes a essa categorização”, disse a dramaturga, diretora artística e intérprete.

Leia esta e outras histórias na edição em papel desta sexta-feira