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01 de 07 de 2024, 14:43

Diário

Assembleia Municipal de Lamego aprova moção pelo 'cessar-fogo' na Palestina

Moção da CDU pede o “imediato cessar-fogo” no conflito com Israel e o reconhecimento do Estado da Palestina por Portugal. Conflito com o Hamas já perdura há vários meses e tem feito milhares de vítimas

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A Assembleia Municipal de Lamego aprovou por maioria uma moção da CDU a apelar ao “imediato cessar-fogo” na Palestina e ao reconhecimento do Estado da Palestina por Portugal. O conflito entre Israel e o Hamas já perdura há vários meses e tem feito milhares de vítimas.

Na moção aprovada na sexta-feira (28 de junho), a CDU apela à condenação do “brutal ataque do exército israelita contra o povo palestiniano” e à solidariedade pelo direito daquela população “a resistir à ocupação do seu território e exigir o fim de todas as formas de ataque por parte das forças israelitas”.

Os comunistas apontam para genocídio e vários crimes de guerra, além do “uso de armas proibidas à luz das convenções internacionais” e da “ocupação ilegal do território da Palestina”.

“Quem permitiu que todos os acordos e resoluções ficassem por cumprir e fossem violados, quem inviabilizou toda e qualquer perspetiva de solução política para o conflito, quem foi conivente com a ocupação e opressão, a expansão dos colonatos, o bloqueio à Faixa de Gaza, a prisão de milhares de presos políticos palestinianos nas prisões israelitas, quem tolerou os crimes de Israel e a sua escalada pelo atual governo de extrema-direita, fortemente contestado pelo povo israelita daquele território e o povo judaico de todo o mundo, e só encontrou palavras de condenação para a resistência palestiniana, tem hoje perante si as consequências da sua política”, criticam os comunistas.

A CDU também recorda que os atos de Israel foram sendo executados “à margem do direito internacional e das últimas resoluções sobre estes territórios, um genocídio que encontrou um forjado contexto nos ataques de 7 de outubro do Hamas, que não se deixam de condenar e exigir a libertação dos reféns israelitas, mas que foi devolvido em massacre aos povos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, aqui onde curiosamente, ou não, se encontra fora da esfera de influência do Hamas”.

“Os próprios termos que enquadram esta campanha são perversos, enganadores e inaceitáveis. A agressão israelita contra o povo palestiniano, com a criminosa ofensiva militar contra a faixa de Gaza e a sua população, é travestida de escalada de violência entre Israel e a Palestina”, acrescenta.

A moção foi lançada depois de várias iniciativas organizadas na região contra a guerra no Médio Oriente. Em junho, membros do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e ativistas pintaram em Viseu um mural em solidariedade com a Palestina. Segundo a entidade, agentes da PSP chegaram a interromper a pintura “pondo em causa a concretização do mesmo”.

“Apesar de este tipo de ações não carecer de qualquer tipo de autorização, por se integrar no âmbito da prática e exercício de liberdade política, após esclarecida a legitimidade da iniciativa junto das forças de segurança, a pintura do mural foi concluída com êxito”, remata o CPPC.

Já em novembro do ano passado, manifestantes juntaram-se no Rossio também para pedir o fim do “genocídio” do povo da Palestina.