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23 de 04 de 2024, 17:30

Diário

Associação de Viseu quer ser ouvida no Parlamento sobre o combate ao idadismo

Stop Idadismo, que completa três anos de atividade, vai avançar com pedidos de audiências com os grupos parlamentares para debater políticas que promovam a harmonia entre todas as gerações

Dança com idosos

Fotógrafo: Igor Ferreira

A associação Stop Idadismo, que tem sede em Viseu, vai completar os três anos de atividade promovendo algumas iniciativas que destacam o combate contra a discriminação pela idade.

A instituição vai avançar com pedidos de audiências com os grupos parlamentares assentes na Assembleia da República, com vista a “conhecer, debater e estudar” as melhores estratégias para implementar políticas públicas promotoras da harmonia entre todas as gerações.

A instituição ibero-americana também vai atribuir esta quarta-feira (24 de abril) o selo Anti Idadismo ao Centro Social de Vale do Homem, em Vila Verde. Esta associação atua nas áreas social, de saúde, saúde mental, educacional/formativa e cultural, com respostas sociais e serviços nos concelhos de Amares, Barcelos, Braga, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro e Vila Verde.

O presidente da Stop Idadismo, José Carreira, explica que a atribuição do selo Anti Idadismo visa reconhecer organizações que se mostrem comprometidas em garantir “a harmonia entre gerações e um mundo para todas as idades”. O reconhecimento resultou de um processo colaborativo que durou seis meses.

“Estamos gratos por acreditarem no nosso trabalho e porque sentimos, ao longo de todo o processo, um efetivo envolvimento da instituição, através do envolvimento dos colaboradores e dirigentes. Acreditamos que foi dado o primeiro e importante passo para que possamos fazer este trabalho com mais entidades públicas, privadas, solidárias”, acrescenta o responsável.

Ainda no combate ao idadismo, a Casa do Povo de Santa Bárbara da Ilha Terceira, nos Açores, vai iniciar no arquipélago o projeto “Envelhe(Ser) 100 Preconceito.” A Stop Idadismo deu formação aos profissionais que vão atuar através de ações educativas em escolas, instituições sociais, misericórdias e outras organizações com o objetivo de eliminar a discriminação junto das pessoas mais velhas. A associação de Viseu também irá participar num seminário marcado para 18 de junho na Ilha Terceira.

A Stop Idadismo também aderiu à campanha da Semana Global Intergeracional, promovida pela Organização Mundial de Saúde e que decorre entre esta quarta-feira e 30 de abril. Tendo como mote “A prática intergeracional não é apenas agradável, é essencial”, a campanha incentiva às práticas e relacionamentos entre diferentes gerações.

A associação também subscreveu à Carta de Florença na Luta Contra o Idadismo, que identifica as principais manifestações, consequências e ações do idadismo nos cuidados de saúde.

Segundo Ricardo Bordón, médico e vice-presidente da Stop Idadismo, “é fundamental concentrarmo-nos no que consideramos serem as principais manifestações de idadismo nos cuidados de saúde que, se devidamente abordadas, podem ser transformadoras para a qualidade dos cuidados prestados às pessoas idosas e para a sua qualidade de vida”.

Nas atividades da Stop Idadismo, está ainda prevista o lançamento do Decálogo sobre Talentos Seniores, que quer estimular a sociedade a refletir e potenciar o talento dos mais idosos, e a divulgação do manifesto “Portugal Para Todas as Idades”.

A Stop Idadismo nasceu em abril de 2021, como um movimento ibero-americano de combate ao idadismo. Foi depois formalizada como associação em abril de 2022.