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09 de 05 de 2024, 17:54

Diário

Câmara de Viseu quer criar Rota do Cardeal

Autarquia quer avançar com a ideia, recordando o caminho que D. Miguel da Silva - antigo cardeal do século XVI - fazia desde a Sé até ao antigo Paço Episcopal do Fontelo

MATA DO FONTELO

Fotógrafo: CM Viseu

A Câmara de Viseu pretende criar a Rota do Cardeal, que permitirá percorrer o mesmo caminho que D. Miguel da Silva fazia desde a Sé até ao antigo Paço Episcopal do Fontelo (atual Solar do Vinho do Dão).

Em declarações aos jornalistas no final da reunião do executivo camarário desta quinta-feira (9 de maio), o presidente Fernando Ruas explicou que a ideia é proporcionar esta experiência aos seniores no âmbito do projeto “Viseu, Senhora da Beira” (que incentiva os mais velhos a redescobrirem o território do concelho), mas não só.

O objetivo é “abrir o caminho para que uma pessoa que venha em turismo cultural possa fazer esta rota e conhecer D. Miguel da Silva”, que foi uma grande figura do Renascimento português, explicou o autarca.

D. Miguel da Silva foi um cardeal português impedido de ser Papa pelo rei D. João III.

Segundo Fernando Ruas, quem fizer a Rota do Cardeal poderá conhecer os museus do Adro da Sé, a história de D. Miguel da Silva e o Solar do Vinho do Dão, “que a maior parte das pessoas não conhece”.

“Agora vamos trabalhá-la e publicitá-la e a melhor maneira é através dos seniores”, considerou.

Fernando Ruas lembrou a importância que teve D. Miguel da Silva (sepultado em Roma em 1556, na igreja de Santa Maria de Trastevere), mas que “foi apagado da história” devido à perseguição feita pelo rei D. João III.

“Foi o primeiro português a fazer parte da lista dos candidatos a Papa. Era conhecido em Roma como o cardeal de Viseu”, contou o autarca, acrescentando que ele “tinha um arquiteto privativo, Francisco de Cremona, que fez uma série de obras no país na época do Renascimento”.

Quando D. Miguel da Silva, que vivia em Itália, regressou a Viseu acompanhado pelo arquiteto Francisco de Cremona, renovou o Paço Episcopal (que tinha começado a ser edificado em 1399) e, inspirado pelos jardins italianos, mandou construir o jardim renascentista do Fontelo.