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19 de 04 de 2024, 11:30

Diário

Há dois anos, a Linha da Beira Alta fechava para obras que ainda não terminaram

Obras de requalificação já ultrapassaram os 600 milhões de euros de investimento e passaram por atrasos no calendário. Trabalhos deverão concluir no final do primeiro semestre deste ano

LINHA BEIRA ALTA MANGUALDE GALAMBA VISITA COMBOIO

Fotógrafo: Jornal do Centro

A Linha da Beira Alta foi encerrada há dois anos para obras de requalificação que já ultrapassaram os 600 milhões de euros de investimento. Foi a 19 de abril de 2022 que a via ferroviária que atravessa o distrito de Viseu fechou para receber trabalhos que, até agora, mereceu alguns atrasos no calendário.

Inicialmente, a conclusão estava prevista num espaço de nove meses, um prazo que acabou por não ser cumprido.

O fim previsto das obras foi depois alargado para novembro do ano passado, também sem sucesso. O roubo de cobre e a falta de mão de obra e de equipamentos foram apontadas como as principais razões do atraso.

Agora, a Infraestruturas de Portugal (IP), empresa responsável pela rede ferroviária nacional, prevê a conclusão das obras no final do primeiro semestre deste ano.

Numa entrevista dada no final do ano passado ao Jornal do Centro, o diretor de empreendimentos da IP, José Carlos Clemente, falou do andamento das obras na Linha da Beira Alta e admitiu que não bastava apenas “estalar os dedos” para acelerar os trabalhos. “O problema não é dinheiro, é preciso quem faça”, disse.

O estado das obras também foi alvo de críticas das autarquias abrangidas pela Linha da Beira Alta. Em Nelas, por exemplo, a Câmara aprovou no ano passado uma moção por causa dos atrasos na requalificação, temendo eventuais “repercussões na vida das populações, em particular o forte impacto na economia local e na mobilidade dos cidadãos”.

Também a Assembleia Municipal de Viseu aprovou, em dezembro e por unanimidade, uma moção de repúdio pelos atrasos nas obras de requalificação da Linha da Beira Alta.

A IP justificou em 2022 o encerramento da Linha da Beira Alta pelo “cumprimento do estabelecido no plano de modernização” da via que passa por concelhos como Santa Comba Dão e Mangualde.

“O encerramento integral torna-se imprescindível face às características técnicas dos trabalhos a realizar em diversos locais ao longo do troço que, pela sua elevada complexidade, seria impraticável executar mantendo a circulação ferroviária mesmo que de forma condicionada”, explicou na altura a IP.