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28 de 04 de 2024, 12:03

Diário

Livro dá a conhecer como Lamego ajudou a construir Abril

Os homens que saíram de Lamego regressaram a 28 de abril, tendo sido recebidos “em apoteose” pelas ruas da cidade até ao Quartel de Santa Cruz. Uma das histórias que pode ficar a conhecer no livro da autoria de Alberto de Jesus Almeida

Quartel de Santa Cruz Lamego

Não foi só a sul de Portugal que as operações de mudança do regime tiveram lugar. O norte esteve também no coração da Revolução e Lamego teve um destaque especial com o Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE). Era em Lamego que estavam as forças mais operacionais do Exército (comandos e operações especiais) pelo que a adesão dos capitães ao Movimento das Forças Armadas era indispensável.

Pelas 3h00 de 25 de Abril, no CIOE, o seu comandante, tenente-coronel Sacramento Marques, dá ordem de saída de uma companhia de tropas especiais que, após cinco horas de percurso, entraram no Porto, tendo como principal missão ocupar a sede da PIDE. Esta é a história que está contada no livro “Lamego na construção de Abril”, da autoria de Alberto de Jesus Almeida, e que foi editado pelo Museu Pedagógico de Lamego nos 50 anos do 25 de Abril.

No livro é ainda contada a história do coronel Delgado Fonseca que era o diretor de instrução da unidade e que na manhã de 24 de abril, à entrada da comitiva para o almoço na messe dos oficiais, recebeu um envelope fechado que imaginou logo tratar-se da tão esperada ordem de operações para a “Operação Fim de Regime”. Foi no quartel de Penude, às 22h00, que o coronel transmitiu as instruções às equipas para que, na hora certa, “dessem início às ações destinadas ao controlo das redes telefónicas da messe de oficiais, da PSP e da ligação dos CTT de Lamego ao exterior da cidade”.

Os homens que saíram de Lamego regressaram a 28 de abril, tendo sido recebidos “em apoteose” pelas ruas da cidade até ao Quartel de Santa Cruz. Uma das histórias que pode ficar a conhecer no livro da autoria de Alberto de Jesus Almeida Lamego ao exterior da cidade”. Os homens que saíram de Lamego regressaram a 28 de abril, tendo sido recebidos “em apoteose” pelas ruas da cidade até ao Quartel de Santa Cruz.

O livro é uma narrativa que transporta para os bastidores da história, revelando os seus protagonistas e factos até agora desconhecidos ou ignorados, como refere o autor.

Para Alberto Jesus de Almeida, o livro é o “repor da história” e um testemunho que fica. “Era novo quando se deu o 25 de Abril e tive a sorte, principalmente, de poder acompanhar o que se fez depois. As iniciativas que restituíram a democracia a Portugal”, refere o autor.