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11 de 08 de 2021, 10:05

Diário

Mais vinho produzido este ano na região. Terras do Cister com maior crescimento

Dão vai ter crescimento de cerca de 30 por cento, segundo a Comissão Vitivinícola Regional

Homem faz degustação de vinhos (vinho genérica) enólogo

Fotógrafo: Igor Ferreira

A região de Viseu vai produzir mais vinho este ano. As vindimas devem arrancar nas próximas semanas, ainda que com alguns atrasos na zona demarcada do Dão, após um 2020 com quebras de produção motivadas pelo mau tempo e pela fraca colheita.

A região do Távora Varosa, também conhecida como Terras do Cister, vai ter o maior crescimento este ano. A Comissão Vitivinícola Regional prevê assim um aumento de cerca de 35 por cento, aponta o seu presidente, José Pereira.

Em declarações ao Jornal do Centro, o dirigente prevê que a produção “exceda a média dos últimos cinco anos em cerca de 50 mil hectolitros relativamente ao ano passado, que foi muito mau porque tivemos geadas e granizos”.

Segundo José Pereira, 2020 teve uma quebra da produção a rondar os 50 por cento na zona que alberga os concelhos de Moimenta da Beira, Sernancelhe e Tarouca e também algumas freguesias de Penedono, S. João da Pesqueira, Tabuaço, Armamar e Lamego.

“A região só pontualmente tem geadas e granizos na parte mais alta de Armamar e Lamego. De resto, temos uma produção normalíssima. As vinhas estão boas e têm uma boa produção”, garante. A vindima na região conhecida pela produção de espumantes deve começar na primeira semana de setembro.

Já na região do Dão, o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) prevê um aumento de 15 por cento na produção, mas a Comissão Vitivinícola Regional conta com um crescimento de cerca de 30 por cento face a 2020, representando cerca de 23 milhões de litros.

O presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão, Arlindo Cunha, aponta para uma produção de vinho “razoável” durante esta época e um ano “ligeiramente abaixo da média”, mas não um 2021 “excecional na quantidade”.

“São níveis razoáveis, sendo que no ano passado a produção foi bastante baixa. Num ano normal, o Dão produz 25 a 30 milhões de litros. No ano passado, ficámos nos 18 milhões de litros, mas, este ano, as perspetivas para a próxima vindima são acima”, explica.

Arlindo Cunha revela ainda que as vindimas vão arrancar com cerca de duas semanas de atraso. “À primeira vista, estarão ligeiramente atrasadas. Os brancos começariam na primeira semana de setembro e, se calhar, teremos uma ou duas semanas de atraso, mas só conseguimos fazer uma estimativa mais precisa talvez para o fim do mês”, remata.

Segundo o IVV, o crescimento na região do Douro deve rondar este ano os 20 por cento. O IVV prevê que 2020 seja um “ano de desenvolvimento normal, com fenómenos de granizo muito localizados”, com boa qualidade da produção.