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07 de 05 de 2021, 12:47

Lifestyle

Como estamos a (sobre)viver à pandemia? 

Para os adolescentes a pandemia trouxe desafios difíceis de processar: a incerteza do futuro, o isolamento social, os perigos invisíveis

observatório

Em março de 2020 a nova vida mudou. A pandemia veio alterar as nossas rotinas, o nosso sentir e a nossa visão do mundo. Se nos adultos o impacto dos acontecimentos traumáticos e/ou inesperados pode ser considerado grande, apesar de terem capacidades cognitivas e maturidade para os processar, nas crianças, cujo cérebro ainda se está a desenvolver, a situação é mais complexa.

Os investigadores do desenvolvimento infantil dizem que, perante situações repentinas e intensas, o cérebro das crianças regista de imediato a sua resposta instintiva: medo, surpresa ou até alegria. Só quando crescem é que conseguem processar emoções mais complexas e integrá-las com outras informações.

Para os adolescentes a pandemia trouxe desafios difíceis de processar: a incerteza do futuro, o isolamento social, os perigos invisíveis e um conjunto de fatores potencialmente geradores de ansiedade nesta etapa de desenvolvimento já por si tão cheia de incertezas e inseguranças.  

Contudo, a presença de sintomas de ansiedade, de preocupação e de emoções desagradáveis é normativa. Fazem parte da reação protetora do sistema de alerta que todos os seres humanos têm perante situações desafiantes ou perigosas. Mas, todos temos esta reação normativa e depois ficamos bem? 

Não sabemos. Em maio de 2020, no inquérito do Bem-estar em
Tempo de Pandemia levado a cabo pela equipa de psicólogos do Observatório do Bem-estar dos alunos de Viseu, percebemos que 14,8% dos alunos tinham sintomas moderados a graves de stress, 6,7% de ansiedade e 6,4% de depressão. Vimos que a taxa crescia de forma clara através dos níveis de escolaridade, chegando aos 22% de alunos com indicadores de stress no ensino secundário. Mas não sabemos como a situação evoluiu.

Nessa altura estávamos no início da pandemia e estávamos todos em fase de alerta e de adaptação. Mas as exigências continuam e nós, psicólogos que estamos nas Escolas, sabemos que há muitos jovens a precisar de ajuda. 

Então, para termos um retrato real do que se passa com as nossas crianças e jovens, em maio de 2021, voltamos a lançar um inquérito aos alunos. É importante recolher dados dos alunos de Viseu. Participe no link: 
https://forms.gle/bVDuyUBAm924izur5 

Equipa de psicólogos em contexto escolar, Observatório do Bem-estar dos alunos do concelho de Viseu, apoiado pela Câmara Municipal de Viseu, no âmbito do Programa Viseu Educa