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04 de 01 de 2024, 14:35

Diário

Preço da água aumentou em 15 concelhos do distrito de Viseu

Diferença de preços entre os concelhos mais caro e mais barato supera os 318 euros. Veja aqui as tarifas pagas em cada município em 2023

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Quinze concelhos do distrito de Viseu aumentaram os preços de água em 2023. O município onde a tarifa subiu mais foi Sátão, onde os habitantes passaram a pagar mais 65,76 euros por ano, por 120 metros cúbicos, comparativamente a 2022.

Segundo a Deco, que fez um novo estudo sobre os preços de água praticados em cada concelho, em Sátão, num ano, o consumidor pagou 223,68 euros.

O segundo município da região onde o preço mais aumentou foi Santa Comba Dão, onde a fatura teve um aumento de 57,78 euros, passando a custar anualmente 350,61 euros. Em terceiro lugar está Carregal do Sal, onde o tarifário subiu 56,45 euros (358,45 euros). Em Tondela, a fatura também foi mais cara, subindo para os 356,01 euros, mais 48,78 euros.

Outros concelhos onde houve subidas na tarifa foram São Pedro do Sul (+40,81 euros), Nelas (+32,89 euros), Moimenta da Beira (+29,42 euros), Mortágua (+26,28 euros), Vouzela (+17,46 euros), Penedono (+14,05 euros), Penalva do Castelo (+14,02 euros), São João da Pesqueira (+10,01 euros) e Resende (+7,2 euros).

Na cidade de Viseu, a tarifa de água aumentou em mais 7,11 euros, passando para os 306,49 euros. A subida foi menos notória em Tarouca, onde a fatura aumentou apenas 2,86 euros para os 234,30 euros.

Por outro lado, não houve mexidas em municípios como Armamar (266,40 euros), Lamego (292,50 euros), Mangualde (252,13 euros), Oliveira de Frades (149,76 euros), Sernancelhe (272,11 euros), Tabuaço (179,40 euros) e Vila Nova de Paiva (115,80 euros).

Cinfães tem a tarifa mais cara e Castro Daire é o concelho mais barato
Apesar dos aumentos, os concelhos onde se paga mais e menos pelo serviço não alteraram as tarifas em comparação com o 2022.

Segundo a Deco, Cinfães continua a ser o concelho da região de Viseu com a tarifa mais cara (426,14 euros por 120 metros cúbicos anuais) e Castro Daire é onde se paga menos pela água (108 euros). A diferença de tarifário entre os dois municípios supera os 318 euros.

A fatura inclui não só a tarifa do abastecimento, como também o saneamento e os resíduos sólidos. Em Cinfães, o abastecimento custa 207,93 euros, o saneamento 170,21 euros e os resíduos sólidos 48 euros. Já em Castro Daire, os habitantes pagam 63 euros pelo abastecimento, 30 pelos resíduos sólidos e 15 pelo saneamento.

Carregal do Sal é o segundo concelho com a tarifa mais cara, seguindo-se Tondela em terceiro lugar. Além de Castro Daire, os dois concelhos mais baratos são Vila Nova de Paiva e Resende.

Dos 24 municípios do distrito de Viseu, cinco têm a água fornecida por operadores que não são as câmaras municipais. A água em Cinfães vem da Águas do Norte, uma empresa do grupo Águas de Portugal, que pertence ao Estado. Já Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão e Tondela são servidos pela Águas do Planalto, de capitais privados.

Em Viseu, o serviço é do SMAS, mas a Câmara tem estado a negociar com a Águas de Douro e Paiva (empresa também ligada ao grupo Águas de Portugal) para garantir o fornecimento em alta.

Deco alerta para a "elevada discrepância" do valor da água entre os municípios
Neste novo estudo, a Deco concluiu que as tarifas do serviço de água e saneamento continuam com elevada discrepância entre os municípios do país. A associação da defesa do consumidor defende a urgência de uma regulação tarifária e de um investimento na reabilitação de infraestruturas.

A Deco alerta que as diferenças de preços entre concelhos na fatura global ultrapassam os 376 euros.

“Há mais de uma década que a Deco Proteste alerta para a disfunção provocada pelas disparidades de preços dos serviços de água e saneamento no território nacional”, lê-se na nota divulgada pela associação, que exige “urgência no regulamento tarifário por via legislativa”.

A Deco Proteste insiste também no “urgente investimento na reabilitação de infraestruturas”, afirmando que, “caso não aconteça, agravará o já atual desperdício de 180 milhões de metros cúbicos de água por ano em Portugal”.

Segundo a associação, em 2023, os municípios de Amarante (distrito do Porto) e o do Fundão (distrito de Castelo Branco) foram os que registaram a fatura mais elevada nos consumos de 120 e 180 m3 de água.

No caso dos 120 m3 de água, os cinco municípios de Portugal onde as tarifas são mais elevadas anualmente são os de Amarante (470,13 euros), Oliveira de Azeméis (468,68 euros), Trofa (467,25), Baião (453,32 euros) e Celorico de Basto (451,10 euros).

Já no consumo anual de 180 m3, os cinco concelhos com tarifa mais elevada é o Fundão (751,64 euros), Oliveira de Azeméis (684,10 euros), Santa Maria da Feira (682,82 euros), Celorico de Basto (668,91 euros) e Covilhã (666 euros).

“Através de uma análise nacional, a Deco Proteste conclui que a dispersão tarifária é muito elevada para 120 m3, agravando o intervalo de diferença para aumentos de consumo de 180 m3. Em Portugal continental, os serviços de abastecimento, saneamento e resíduos sólidos atingem uma diferença de 376,04 euros na fatura global entre concelhos para o mesmo consumo de 120 m3 anuais”, conclui a associação.

No caso do consumo anual de 180 m3, a disparidade entre concelhos com a fatura global mais baixa e mais alta intensifica para 625,73 euros.

No que diz respeito ao serviço de saneamento, o estudo da Deco indica que este apresenta diferenças de 172 euros e de 332,40 euros entre concelhos com tarifários mais baixo e mais alto, respetivamente para consumos de 120 m3 e 180 m3.

Além de defender a regulação do tarifário e o investimento na reabilitação de infraestruturas, a Deco considera ainda “decisivo que a aplicação da tarifa social seja extensível e automática para as três componentes da fatura (abastecimento, saneamento e resíduos sólidos urbanos”.

A Deco disponibiliza uma ferramenta online no Portal da Sustentabilidade com a comparação das tarifas e informação que visa responder às questões dos consumidores dos 308 municípios portugueses, em https://www.deco.proteste.pt/sustentabilidade/fatura-agua.