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28 de 04 de 2023, 17:33

Diário

Assembleia Municipal aprova contas da Câmara de Tondela

Documento foi aprovado na sessão desta sexta-feira, com os votos contra do PS

assembleia municipal tondela 28 04 2023

Fotógrafo: Câmara de Tondela

As contas de 2022 da Câmara de Tondela foram aprovadas, por maioria e com os votos contra do PS, esta sexta-feira (28 de abril) pela Assembleia Municipal que reuniu na Associação de Municípios do Planalto Beirão (AMRPB), na localidade do Borralhal.

As contas - que já tinham sido aprovadas em reunião da Câmara, na semana passada - revelam um prejuízo líquido de 317 mil euros, justificado pelo défice de exploração da transferência de competências das escolas, assumidas no ano passado. O relatório revela também que a receita municipal registou uma taxa de execução de cerca de 86 por cento.

Na sessão, os deputados municipais também aprovaram a segunda alteração ao Orçamento e Grandes Opções do Plano de 2023, as taxas referentes aos resíduos sólidos urbanos - que mantêm-se inalteradas – e a assinatura de um contrato interadministrativo entre a Câmara e a União de Freguesias de Vilar de Besteiros e Mosteiro de Fráguas no valor de 9,2 mil euros para atividades de animação e apoio à família.

Os membros da Assembleia Municipal também aprovaram uma moção que recomenda ao Governo e à Assembleia da República a criação de benefícios em sede de IRS para os trabalhadores de municípios de baixa densidade, como Tondela.

A saúde foi uma das matérias discutidas na reunião da Assembleia. Questionada pelos membros, a presidente da Câmara, Carla Antunes Borges (PSD), explicou que o município continua à espera que o Ministério da Saúde abra as vagas necessárias com vista à contratação dos médicos em falta no concelho, esperando pela publicação do mapa da tutela, que recentemente anunciou a contratação de mais de 900 médicos de família.

A autarca adiantou ainda que as futuras obras no Centro de Saúde de Tondela, onde será criada uma Unidade de Saúde Familiar, foram aprovadas para financiamento por parte do Plano de Recuperação e Resiliência, faltando apenas a assinatura do contrato de financiamento da obra por parte da tutela para arrancar os trabalhos. “Aguardamos impacientemente que este contrato venha assinado”, afirmou.

Questionada sobre as obras no IP3, Carla Borges disse que os trabalhos de requalificação e duplicação do troço que atravessa o concelho estão ainda “na fase de definição do projeto”, defendendo a execução da obra “de uma vez por todas”.

Em relação às empreitadas da Frente Ribeirinha e do Centro Tecnológico e de Empreendedorismo de Tondela, a autarca adiantou que ambas as intervenções deverão estar concluídas até ao final de junho.

Ainda sobre obras, a presidente da Câmara também falou sobre a ampliação da Zona Industrial da Adiça, que, diz, está dependente da execução de trabalhos por parte da E-Redes. Em curso, anunciou ainda, encontra-se o projeto do Sistema de Águas Residuais Tondela Norte numa empreitada da responsabilidade da Associação de Municípios para o Sistema Intermunicipal de Águas Residuais de Carregal Do Sal, Santa Comba Dão, Tábua e Tondela (AINTAR).

Planalto Beirão investe milhões em novas unidades de tratamento
Após a reunião da Assembleia Municipal, os deputados realizaram uma visita ao centro de tratamento de resíduos da AMRPB, criado em 1991. A infraestrutura, com 12 hectares, está prestes a atingir o limite da capacidade e o aterro foi ampliado, passando a ter mais quatro hectares com capacidade para tratar de 500 mil toneladas de resíduos.

A AMRPB recolhe por dia cerca de 400 toneladas de lixo nos 19 municípios da região, o equivalente a 120 mil toneladas ano. A associação possui 24 mil contentores de lixo e 2.800 ecopontos que são esvaziados por uma centena de viaturas.

O aterro, que sofreu danos avultados, no valor de seis milhões de euros, devido aos incêndios de outubro de 2017, já “recuperou a capacidade instalada”, garantiu o secretário executivo da associação, José Portela. Nesta infraestrutura foram investidos 35 milhões de euros com o apoio de fundos comunitários. A maior parte deste montante foi gasto na área da reciclagem, que no último ano duplicou na região.

O Planalto Beirão investiu 8,5 milhões de euros na nova fábrica de combustíveis derivados de combustíveis e 1,8 milhões no novo centro de tratamento mecânico e biológico de lixo e prevê gastar 1,5 milhões na futura central de compostagem. José Portela anunciou ainda que a AMRPB iniciará em 2024 a recolha de biorresíduos em cerca de mil produtores não domésticos.