Diogo Paredes

21 de 01 de 2024, 17:00

Diário

Cine Clube de Viseu celebra 50 anos do 25 de Abril com ciclo de filmes que mostram ditadura

Ao todo, serão exibidos três longas-metragens, um documentário, um filme de ficção e um filme biográfico. Ciclo de cinema é dirigido à comunidade escolar

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Em comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, o Cine Clube de Viseu vai apresentar, em março deste ano, três filmes que retratam a sociedade portuguesa e os seus desafios durante o período da ditadura. O ciclo de cinema para a comunidade escolar, intitulado “A hora em que não sabíamos da Liberdade”, vai ser apresentado nos dias 12, 13 e 14 de março, no Instituto Português do Desporto e Juventude. Cada filme será apresentado à 10h00 e às 14h00.

Durante as sessões, a audiência é convidada a viajar no tempo até um Portugal dos anos 1940 assim como saído do pós-Segunda Grande Guerra. Também a vida de Aristides de Sousa Mendes, diplomata nascido em Cabanas de Viriato e ferozmente perseguido pela ditadura portuguesa depois de ter salvo milhares de vidas durante o Holocausto.

No dia 12, é apresentado a turmas do ensino secundário o filme “Cinco Dias, Cinco Noites”. Partindo de um romance de Manuel Tiago, pseudónimo de Álvaro Cunhal, este filme é uma revisitação aos anos 1940 portugueses. O filme retrata a história de um fugitivo à polícia política que passa a fronteira a salto. A película, realizada em 1996, é da autoria de José Fonseca e Costa.

No dia seguinte, os alunos do secundário têm a oportunidade de assistir a um documentário intitulado “Viagem ao Sol”, de Susana Sosa Dias e Ansgar Schaefer. O documentário mostra um país neutro que acolheu inúmeras crianças dos países destruídos. Sete décadas depois, os realizadores entrevistaram algumas dessas crianças, mostrando os seus traumas e o modo como percecionaram essa época.

O último dia do ciclo de cinema, 13 de março, leva a até à sala de cinema o filme “O Cônsul de Bordéus”, de João Correa e Francisco Manso. Este filme biográfico narra a vida de Aristides de Sousa Mendes, nascido em 1885 em Cabanas de Viriato. Durante o Holocausto, o diplomata português do concelho de Carregal do Sal salvou milhares de pessoas da morte, concedendo-lhes vistos de entrada em Portugal – ao fazê-lo, o diplomata desafiou as diretrizes do primeiro-ministro António Salazar e seria a partir de 1940 um alvo da polícia política. O último dia é dirigido a alunos tanto do ensino secundário como do terceiro ciclo.