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11 de 08 de 2023, 17:48

Diário

Concelhos do distrito de Viseu com propostas que vão da habitação ao ambiente

ADICES, que junta os concelhos de Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão, Tondela e Águeda, apresentou a nova Estratégia de Desenvolvimento Local, subscrita por 64 parceiros

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Fotógrafo: ADICES - Associação de Desenvolvimento Local

A inversão do inverno demográfico, a atração e fixação de população jovem e as apostas na cultura, habitação, inovação e ambiente estão entre as prioridades que a Associação de Desenvolvimento Local (ADICES) traça na nova Estratégia de Desenvolvimento Local, cujo prazo termina em 2030.

A ADICES, que junta os concelhos de Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão, Tondela e Águeda, apresentou recentemente o documento, que foi elaborado com a colaboração de diversos parceiros nos cinco municípios associados. Do processo, resultou uma análise às forças, fraquezas, oportunidades e ameaças do território.

Segundo a entidade, a Estratégia de Desenvolvimento Local baseia-se em “três grandes preocupações, onde a centralidade das pessoas e dos processos construídos a partir da comunidade adquirem relevância”.

Os objetivos passam por inverter a dinâmica demográfica regressiva da população e do seu envelhecimento, criando “uma estratégia integrada e coerente para apoiar, atrair e fixar população jovem, onde a cultura, a habitação, a inovação e o ambiente são catalisadores fundamentais”, construir uma estratégia "participada e apropriada pelos atores, reforçando a parceria local e a comunicação com o território", e incluir novos desafios sociais na estratégia para o território.

Para dar resposta a estas preocupações, a ADICES criou cinco eixos que visam “construir uma visão intergeracional indispensável à coesão socioterritorial, cooperar e trabalhar em rede, promovendo a partilha e transferência de conhecimento, integrar e articular as dimensões de intervenção e trabalhar a complementaridade das intervenções e dos financiamentos dos diferentes instrumentos de política e outros incentivos para o território”.

Da sustentabilidade à cultura, as propostas da ADICES

O primeiro eixo está relacionado com o ecodesenvolvimento, a floresta, a agricultura e a sustentabilidade e defende a promoção da produção agrícola e agroalimentar, da gestão de combustíveis, da replantação e da valorização de aldeias inteligentes, entre outras metas.

O segundo eixo passa pelo reforço do empreendedorismo e pela revitalização das economias locais, apostando na criação de cadeias de valor, espaços de atração de empresas, incentivos a negócios próprios e modelos incubadores por setores e na valorização dos produtos endógenos, floresta, cultura, gastronomia e turismo da natureza, além da aprendizagem ao longo da vida.

No eixo de coesão, bem-estar e qualidade de vida, as propostas passam por promover a inclusão ativa, a inovação social e territorial e o envelhecimento ativo e saudável, apostar em marcas territoriais como a Serra do Caramulo e a gastronomia, e promover iniciativas intergeracionais como tertúlias e almoços convívios entre as gerações mais velhas e novas.

No quarto eixo, que fala do património, cultura, memórias e tradições, a ADICES quer melhorar o aproveitamento do património vinhateiro, promover o património natural “valorizando produtos de caça e pesca e incentivando a bioeconomia”, valorizar os patrimónios ambiental, imaterial e construído, e recuperar as memórias das pessoas mais velhas “reforçando o sentimento de pertença”.

O quinto e último eixo promove a animação, promoção, cooperação e trabalho em rede, procurando envolver os jovens nas dinâmicas de desenvolvimento local, apostando em redes regionais de cultura, floresta, gastronomia, gerontologia, natureza, profissionais, produtos do território e turismo, e criando planos gerontológicos locais com a participação das comunidades seniores.

A estratégia foi subscrita por 64 parceiros ligados a diversos setores, entre os quais a ação social, a proteção civil, a educação, a formação, a banca e os museus.

A ADICES realça que a Estratégia de Desenvolvimento Local é “fundamental enquanto ferramenta de afirmação do território”. “Este trabalho de construção a que as associações dão corpo é, pois, a prova de que é possível, e desejável, chamar as nossas comunidades e serem parte ativa nesta implementação”, acrescenta.