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Em 139 milhões de euros aprovados, distrito de Viseu só executou 17% das verbas do PRR

Mangualde é o concelho que recebe a maior tranche dos fundos. Beneficiários vão desde autarquias a empresas e instituições sociais

O distrito de Viseu viu, até agora, aprovados mais de 139 milhões de euros da “bazuca” europeia no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Mas, desse montante, só foi executado o equivalente a 17 por cento.

Os dados constam do portal Mais Transparência, que dispõe de informação atualizada sobre os valores aprovados e pagos, dos projetos que irão receber o apoio e os seus beneficiários. Dos 139,7 milhões de euros aprovados, foram pagos 23,8 milhões à data da última quinta-feira (2 de fevereiro).

São vários os beneficiários que vão poder contar com o apoio da “bazuca” desde autarquias, empresas e particulares a entidades públicas, associações e outras instituições.

Mangualde é o concelho que mais dinheiro recebe do PRR com 61,8 milhões de euros aprovados e 8,8 milhões já executados. Só neste município há 355 projetos que vão poder contar com o apoio da “bazuca”, com 219 beneficiários.

E o maior projeto no distrito é precisamente em Mangualde com a iniciativa “GreenAuto: Green innovation for the Automotive Industry”, da Stellantis (antiga PSA), que visa promover a inovação verde na indústria automóvel e tem 59,8 milhões de euros aprovados para atribuição. Até à data foram transferidos 7,6 milhões.

No segundo lugar dos projetos mais financiados está um que envolve os laboratórios ALS e Fresenius Kabi, sediados em Tondela. O projeto biotecnológico “SMARTgNOSTICS - Global Testing & Diagnostics Solutions for antimicrobial resistances” tem um financiamento aprovado na ordem dos 15,6 milhões de euros. Deste valor, foram executados 2 milhões. O “SMARTgNOSTICS” envolve também outras empresas e instituições como a Universidade do Minho, o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e o Instituto Ricardo Jorge.

O terceiro projeto que vai receber mais fundos é do Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV), que viu aprovados 6,2 milhões de euros para a construção do tão reivindicado novo hospital psiquiátrico. No entanto, até à data e de acordo com o Mais Transparência, ainda não foi transferido nenhum montante. O investimento visa a conclusão da cobertura nacional de serviços locais de saúde mental.

De resto, o CHTV tem um total de três projetos com o apoio do PRR no valor aprovado de cerca de 7 milhões de euros, voltados para a saúde mental e os cuidados continuados.

Entre as maiores beneficiárias no distrito, destaque também para o Instituto Politécnico de Viseu que tem aprovados 14 milhões de euros para 10 projetos, dos quais mais de 8 milhões só para a construção e renovação de residências de estudantes. Já a Câmara de Viseu tem 4 milhões atribuídos para os projetos de reabilitação no Bairro Municipal e de alojamento estudantil no centro histórico.

A freguesia de Barreiro de Besteiros e Tourigo e a Associação Social, Cultural, Recreativa e Desportiva de Vinhal, no concelho de Tondela, por exemplo, têm projetos avaliados em cerca de 2 milhões de euros que visam a construção de valências sociais como lares e creches. A freguesia de São Miguel do Outeiro e Sabugosa, no mesmo município, tem um projeto semelhante no valor de mais de 1 milhão.

Também com 1 milhão de euros estão projetos da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Viseu que quer construir um centro de atividades e capacitação para a inclusão e da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro para um polo de inovação na Estação Agrária de Viseu.

Entre os projetos que o PRR apoia constam também lojas de cidadão em Tondela e Vouzela, um polo de inovação em Nelas, espaços de coworking em Castro Daire, Mangualde e Vila Nova de Paiva, obras em moradias que necessitam de melhorias e a reabilitação do Museu Nacional Grão Vasco em Viseu.

PRR – dinheiro recebido (valores pagos)
• Aguiar da Beira: 155 mil euros
• Armamar: 239 mil euros
• Castro Daire: 527 mil euros
• Carregal do Sal: 330 mil euros
• Cinfães: 362 mil euros
• Lamego: 571 mil euros
• Mangualde: 8,8 milhões de euros
• Moimenta da Beira: 339 mil euros
• Mortágua: 321 mil euros
• Nelas: 498 mil euros
• Oliveira de Frades: 472 mil euros
• Penalva do Castelo: 198 mil euros
• Penedono: 131 mil euros
• Resende: 444 mil euros
• Santa Comba Dão: 370 mil euros
• Sátão: 345 mil euros
• São João da Pesqueira: 253 mil euros
• São Pedro do Sul: 534 mil euros
• Sernancelhe: 249 mil euros
• Tabuaço: 111 mil euros
• Tarouca: 250 mil euros
• Tondela: 3,1 milhões de euros
• Vila Nova de Paiva: 243 mil euros
• Viseu: 4,4 milhões de euros
• Vouzela: 543 mil euros
• Total: 23,785 milhões de euros
Valores aprovados
• Aguiar da Beira – 605 mil euros
• Armamar – 674 mil euros
• Carregal do Sal – 575 mil euros
• Castro Daire – 1,5 milhões de euros
• Cinfães – 626 mil euros
• Lamego – 4,3 milhões de euros
• Mangualde – 61,8 milhões de euros
• Moimenta da Beira – 928 mil euros
• Mortágua – 1,5 milhões de euros
• Nelas – 1,8 milhões de euros
• Oliveira de Frades – 568 mil euros
• Penalva do Castelo – 296 mil euros
• Penedono – 204 mil euros
• Resende – 893 mil euros
• Santa Comba Dão – 456 mil euros
• Sátão – 589 mil euros
• São João da Pesqueira: 2,3 milhões de euros
• São Pedro do Sul – 832 mil euros
• Sernancelhe – 708 mil euros
• Tabuaço – 686 mil euros
• Tarouca – 329 mil euros
• Tondela – 22,9 milhões de euros
• Vila Nova de Paiva – 1,2 milhões de euros
• Viseu – 31,7 milhões de euros
• Vouzela – 1,7 milhões de euros
• Total: 139,669 milhões de euros