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05 de 05 de 2024, 16:00

Diário

Em dois meses, mais de 80 mil dormidas turísticas na região de Viseu

Concelhos como Tondela, Nelas, Mortágua, Cinfães, Sernancelhe e Tarouca estão a receber mais turistas. Dados do INE mostram que o Centro de Portugal recebeu quase 8 milhões de dormidas nos alojamentos turísticos entre janeiro e dezembro de 2023

Quinta de Santo António Hotel and Winery

O distrito de Viseu registou nos dois primeiros meses do ano mais de 84 mil dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico, segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), sendo a maioria em hotelaria e espaços rurais e de habitação. Um acréscimo de quase dez mil dormidas em relação a igual período de 2023. Além de Viseu e Lamego, os concelhos com mais população, e de S. Pedro do Sul enquanto município termal, destaque para o aumento de dormidas em concelhos como Tondela, Nelas, Mortágua, Cinfães, Sernancelhe e Tarouca.

Em igual tendência, também o número de hóspedes aumentou. Nos dois primeiros meses do ano o número foi de 52 836, enquanto que em igual período do ano passado foi de 42 270.

No ano de 2023, em todos os concelhos da região de Viseu foram registadas mais de 347 mil dormidas. Os meses de Verão são os mais visitados, mas igualmente períodos como a Páscoa ou até eventos dedicados como é o caso da Festa da Castanha em Sernancelhe ou as amendoeiras em flor (março, abril) em S. João da Pesqueira.

Os dados do INE mostram que o Centro de Portugal recebeu quase 8 milhões de dormidas nos alojamentos turísticos entre janeiro e dezembro de 2023 – mais concretamente, 7.965.898, um valor nunca antes alcançado pela região e que representou um aumento significativo de 11,6% em comparação com 2019, que era o ano de referência na atividade turística no Centro de Portugal.

Quem viaja e para onde se viaja
No conjunto do ano de 2023, as viagens realizadas pelos portugueses cresceram 4,6% e atingiram um total de 23,7 milhões. As viagens nacionais aumentaram 2,4% e as viagens ao estrangeiro cresceram 21,5%, atingindo um máximo histórico.

O alojamento particular gratuito aumentou a sua expressão, tendo-se mantido como principal meio de alojamento utilizado. A duração média das viagens foi de 4,08 noites (4,18 noites em 2022). Espanha (41,6%), França (10,1%) e Itália (6,9%) mantiveram-se como os principais países de destino nas deslocações ao estrangeiro.

Viagens turísticas registam máximo histórico em 2023
No quarto trimestre de 2023, os residentes em Portugal realizaram 5,1 milhões de viagens, o que correspondeu a um acréscimo de 2,9% face a igual período de 2022. O número de deslocações continuou abaixo dos níveis do quarto trimestre de 2019 (-6,8%), período em que se realizaram 5,5 milhões de viagens. O número de viagens aumentou nos meses de outubro e dezembro (+2,1% e +8,5%, respetivamente), tendo registado um decréscimo em novembro (-6,2%).

As viagens ao estrangeiro representaram 13,3% do total no último trimestre do ano e cresceram 12,9%, totalizando 683,6 mil viagens. Numa análise mensal, apenas se verificou um ligeiro decréscimo das viagens dos residentes ao estrangeiro em outubro (-0,1%), tendo aumentado em novembro e dezembro (+15,7% e +19,1%, respetivamente). Na totalidade do ano de 2023, realizaram- -se 23,7 milhões de viagens, o que representa um aumento de 4,6% face a 2022 (-3,2% face a 2019).

A “visita a familiares ou amigos” foi a principal motivação para viajar no quarto trimestre de 2023, totalizando 2,6 milhões de viagens, tendo estado na origem de cerca de metade do total de viagens. O motivo “lazer, recreio ou férias” esteve associado a 1,9 milhões de viagens realizadas. Este foi o único motivo que registou uma variação positiva, face ao mesmo período de 2019. As viagens por motivos “profissionais ou de negócios” (446,2 mil), que corresponderam a 8,7% do total, aumentaram 1,0% (-13,8% face a 2019). Considerando as viagens realizadas no total do ano de 2023, o principal motivo para viajar foi o “lazer, recreio ou férias” (50,1%), correspondendo a 11,9 milhões de viagens. A “visita a familiares ou amigos” foi o segundo principal motivo para viajar, originando 38,2% das viagens. Os motivos “profissionais ou de negócios” representaram 7,2% do total (1,7 milhões de viagens), tendo aumentado 4,9% face a 2022. Foi nas viagens por este motivo que se registou o maior decréscimo face ao período pré-pandemia (-15,5%).

No total do ano de 2023, as viagens nacionais cresceram 2,4% (-4,3% face a 2019), representando 86,4% do total, a maioria para “lazer, recreio ou férias”. As viagens ao estrangeiro aumentaram 21,5% (+4,1% comparando com 2019), tendo sido também o motivo “lazer, recreio ou férias” que esteve associado à realização de mais viagens.

Faturação dos estabelecimentos hoteleiros sobe
Os estabelecimentos hoteleiros em Portugal registaram um aumento na faturação de 20,1% em 2023, para 6.021 milhões de euros, face ao ano anterior, revela um estudo da Informa D&B.

A faturação deste setor cresceu em todas as zonas geográficas do país, com destaque para as Regiões Autónomas dos Açores (+26,2%) e da Madeira (+23,2%), bem como para as zonas de Lisboa (+24,4%) e Norte (+24,2%), detalha a Informa D&B na análise efetuada.

Os dados analisados compreendem os hotéis, unidades de alojamento local, aparthotéis, apartamentos turísticos, estabelecimentos de turismo no espaço rural e de habitação, aldeamentos turísticos, quintas da Madeira e pousadas.

O número de hóspedes, por sua vez, rondou os 30 milhões, o que representou um crescimento de 13% face ao ano anterior.

As dormidas totalizaram cerca de 77,2 milhões, mais 11% em termos homólogos, sendo que as dormidas dos residentes em Portugal subiram 2,1%, para os 23,4 milhões, e a dos residentes no estrangeiro crescerem 14,9%, atingindo quase 54 milhões. Os britânicos mantiveram-se como os clientes estrangeiros em maior número, representando 12,8% das dormidas totais, à frente dos alemães (7,9%) e dos espanhóis (7,1%).

A capacidade hoteleira disponível em Portugal registou um “crescimento significativo” em 2021 e 2022, refere o estudo.

O total de camas disponíveis em dezembro de 2022 rondava as 458 mil, mais 13,1% do que no ano anterior, enquanto o número de estabelecimentos em atividade aumentou 13,1% na comparação com 2021, aproximando-se dos 7.100.

A atividade hoteleira concentra-se sobretudo nas zonas do Algarve, com quase 29% das camas disponíveis, Lisboa e Norte, com cerca de 21% e 18%, respetivamente, e na zona Centro, com 14%.

O estudo refere ainda que pouco mais de metade do total de camas (53%), correspondia a hotéis, seguindo-se as unidades de alojamento local, com 18,1%, os aparthotéis, com 10,1%, os apartamentos turísticos (7,7%), os estabelecimentos de turismo no espaço rural e de habitação (6,6%), os aldeamentos turísticos (4%) e as pousadas (0,9%).