Diário

Eurodeputados do PCP estão no distrito de Viseu e já visitaram o hospital, central de camionagem e empresas

Sandra Pereira e João Pimenta Lopes, eurodeputados do PCP no Parlamento Europeu, vão estar três dias no distrito de Viseu. Aumento do custo de vida, a questão da habitação, saúde e mobilidade entre as principais preocupações

O hospital e a central de camionagem e algumas empresas de Viseu receberam esta manhã a visita dos eurodeputados do PCP no Parlamento Europeu. Sandra Pereira e João Pimenta Lopes vão estar durante três dias no distrito de Viseu, numas jornadas nacionais que arrancaram em setembro último e terminam em outubro.

A jornada pela região começou na manhã desta quarta-feira (28 de junho) e, num encontro com a comunicação social, os eurodeputados garantiram que “há ainda muita estrada para percorrer”. Anda assim, já foi sentido algum do pulso quer dos trabalhadores, quer dos cidadãos.

“Onde já estivemos houve muito a questão do aumento do custo de vida, o dinheiro que não chega ao fim do mês e a habitação”, começou por explicar João Pimenta Lopes. O eurodeputado disse ainda que ao longo destes dias vão ter “contacto com realidades muito diversas no distrito, desde os setor mais industrial, ao contacto com as populações, bairros sociais, pequeno comércio, saúde ou educação”.

Questionados sobre quais os “pontos-chave” que pretendem visitar no distrito, os eurodeputados destacam o Centro Hospitalar Tondela-Viseu, um dos locais visitados esta manhã.

“Um dos pontos chave foi já hoje o hospital. Estivemos a falar com os trabalhadores do hospital e, de facto, o que sentimos é que há uma desvalorização dos profissionais de saúde, nos salários, nas carreiras. E não são só os profissionais que dizem isto, são também os utentes que reconhecem que são os profissionais de saúde que neste momento estão a defender com unhas e dentes o serviço nacional de saúde [SNS]. Da parte dos utentes também houve o reconhecimento de que é preciso mais investimento no SNS”, salientou Sandra Pereira.

A eurodeputada enumerou ainda “outras questões paralelas que apareceram”. “Pessoas mais idosas que falam muito da falta de camas acessíveis, pois o que aparece são coisas que com a reforma pequena não consegue pagar. [esta questão] Vem de encontro àquilo que tem sido a posição do PCP em defender uma rede publica de lares acessível para todos e de alta qualidade”, disse.

“Os transportes é outra questão que é importante e tem tido a nossa intervenção. Vimos a questão dos salários dos trabalhadores que trabalham 12/13 horas por dia, com tempos de descanso muito curto e no final do mês levam para casa o que deveriam se trabalhassem sete horas. Depois há o problema da deficiente resposta que é dada aos utentes dos transportes”, lembrou Sandra Silva.

Já João Pimenta Lopes passou por empresas como a Goucam, em Viseu. “Tem sido comum ouvir nestas visitas de norte e a sul do país, e já hoje nos primeiros contactos, o aumento muito significativo do custo de vida que se tem sentido nos últimos anos, os baixos salários que se praticam nomeadamente no setor privado e nos setores industriais”, referiu.

O eurodeputado frisou ainda que houve contacto com o setor público. “Foi-nos transmitida a desvalorização das carreiras, o fim das categorias profissionais e a degradação das condições laborais na administração publica, que acaba por ter reflexo no setor privado já que sempre foi uma referência e bitola para estimular a valorização das condições laborais no setor privado”, frisou.

João Pimenta Lopes disse ainda que as conclusões retiradas nas jornadas, sobretudo em áreas como o aumento do custo de vida, habitação, saúde e mobilidade serão depois traduzidas “nas intervenções no Parlamento Europeu e em articulação com a Assembleia da Republica e os eleitos locais no distrito”.

Ao longo dos três dias, os eurodeputados do PCP vão ainda passar por concelhos como Tondela, Mangualde, Armamar, Nelas, Carregal do Sal e Lamego.