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30 de 01 de 2023, 14:23

Diário

Aprovado e chumbado... há um ano PS ganhava as eleições no distrito de Viseu

Socialistas e sociais-democratas elegeram, a 30 de janeiro de 2022, o mesmo número de deputados pelo círculo eleitoral: quatro

Vots Eleições Legislativas 2022

Fotógrafo: Igor Ferreira

Foi há precisamente um ano que o PS ganhou as eleições legislativas no país e no distrito de Viseu. Os socialistas obtiveram maioria absoluta, a segunda da sua história, com António Costa a tornar-se primeiro-ministro pelo terceiro mandato consecutivo. Um ano depois, PSD acusa maioria de não olhar para o distrito; enquanto que PS fala em milhões de investimentos na região no setor da saúde e acessibilidades.

A 30 de janeiro de 2022, o PS venceu as legislativas no distrito com 41,55% dos votos e fez história ao conseguir ganhar as eleições também na capital da região. O PSD obteve 36,81% da votação.

Ambos os partidos elegeram em Viseu o mesmo número de deputados para o Parlamento: quatro. O Partido Socialista elegeu na altura João Azevedo, Lúcia Silva, José Rui Cruz e João Paulo Rebelo. Já o Partido Social-Democrata conseguiu eleger Hugo Carvalho, Guilherme Almeida, Cristiana Ferreira e Hugo Maravilha. Nomes que, até à data, continuam em funções.

O Chega ficou em terceiro lugar com 7,79%, seguido do Bloco de Esquerda (2,83%) e do Iniciativa Liberal (2,53%). O CDS foi a sexta força política mais votada na região de Viseu com 2,05% e a CDU a sétima mais votada com 1,62%.

O PAN obteve 0,91% dos votos no distrito, o Livre 0,64%, o R.I.R. 0,37%, o Volt 0,16%, o Nós, Cidadãos! 0,12%, o ADN 0,10% e o Ergue-te também 0,10%. O MPT e o MAS tiveram 0,08%. O partido menos votado no distrito foi o PTP, com 0,07%.

De acordo com os dados oficiais do Ministério da Administração Interna, com todas as 277 freguesias apuradas, a abstenção foi de 45,81 por cento. A taxa de participação eleitoral foi registada na ordem dos 54,19 por cento. No distrito de Viseu, estavam inscritos 340.342 eleitores e compareceram às mesas de voto 184.444 votantes.

Quanto às abstenções, as maiores foram verificadas nos concelhos de Vila Nova de Paiva (56,2%), Sátão (53,6%) e Penedono (52,3%). Sernancelhe foi o concelho com maior envolvimento dos eleitores, com uma abstenção de apenas 36,4%, e a maior votação no partido vencedor a nível municipal, com 55,6% dos eleitores a optarem pelo PSD. Já o PS foi mais votado em Cinfães (52,64% dos votos no concelho).

Oliveira de Frades (abstenção de 40,3%) e Vouzela (41,4%) são os concelhos que completam o top 3 de maior participação nas eleições que elegeram os deputados da Assembleia da República. A menor proporção de votos nos partidos vencedores em cada concelho nas legislativas verificou-se em Viseu e Tarouca, ambos com 39,2% atribuídos ao PS.

A maioria dos eleitores de dezassete concelhos da região votou nos socialistas (Viseu, Lamego, Moimenta da Beira, Penedono, São João da Pesqueira, Tabuaço, Mortágua, Carregal do Sal, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul, Tondela, Vouzela, Cinfães e Resende). Já em oito municípios (Armamar, Sernancelhe, Tarouca, Aguiar da Beira, Castro Daire, Oliveira de Frades, Sátão e Vila Nova de Paiva), o partido mais votado foi o PSD.

A nível nacional, os socialistas obtiveram 41,37% dos votos e elegeram 120 dos 230 deputados da Assembleia da República. Já o PSD, então liderado por Rui Rio, conquistou 27,67% da votação.

O PS alcançou a segunda maioria absoluta da sua história depois de uma crise política motivada pelo chumbo da primeira versão do Orçamento do Estado para 2022 no Parlamento.

Essa crise política marcou o fim da "geringonça", a solução governativa minoritária socialista que desde novembro de 2015 se baseou no suporte político do Bloco de Esquerda, PCP e Partido Ecologista “Os Verdes” no Parlamento e que durou seis anos.

A maioria absoluta deu ao PS e a António Costa a liberdade para poder governar sem “geringonças” durante quatro anos, mas as eleições também foram marcadas pela recontagem dos votos no círculo eleitoral da Europa.

Em causa esteve a anulação de mais de 157 mil votos após, durante a contagem inicial, terem sido misturados votos válidos com votos inválidos, não acompanhados de cópia do documento de identificação, como exige a lei. Perante esta situação, o Tribunal Constitucional declarou nulidade e mandou repetir as eleições.

Resultado: o PS conquistou os dois mandatos reservados ao círculo da Europa. O PSD – que tinha Maria Ester Vargas, natural de São Pedro do Sul, como cabeça de lista pelo Velho Continente – foi retirado da cena.