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25 de 11 de 2023, 10:05

Diário

Onde há mais e menos cidadãos estrangeiros a viver e quais os países de origem?

Cidadãos provenientes do Reino Unido estão fixados nos concelho de Mortágua, Carregal do Sal e Santa Comba Dão, enquanto que as maiores comunidades de italianos estão em Nelas e Castro Daire

pessoas desfocadas

Havia perto de nove mil estrangeiros com estatuto legal de residência no distrito de Viseu em 2022, mas os números são agora mais elevados, tendo em conta os pedidos de residência que têm chegados às autoridades e os pedidos de informações que chegam junto dos gabinetes municipais de apoio à migração.
De acordo com os dados da Pordata, em 2022 estavam legalmente a residir nos concelho da região de Viseu 8.427 pessoas estrangeiras, sendo a comunidade brasileira a mais representativa.
Da análise dos números, e excluindo Viseu e Tondela (as duas cidades com mais população) é notória a presença de mais estrangeiros a sul do distrito e maior concentração em zonas industrializadas como Mangualde e Oliveira de Frades. Seguem-se Mortágua, Nelas, S. Pedro do Sul, Carregal do Sal e Santa Comba Dão.
Continua a prevalência da comunidade brasileira e de países africanos, mas há novas nacionalidades que escolhem ser de Viseu. Além dos ucranianos, que nesta última vaga chegaram com o estatuto de refugiados, há comunidades a crescer como a indiana ou a nepalesa.

Os dados estatísticos divulgados pela Pordata dão conta que cidadãos provenientes do Reino Unido estão fixados nos concelho de Mortágua, Carregal do Sal e Santa Comba Dão, enquanto que as maiores comunidades de italianos estão em Nelas e Castro Daire (uma vez mais excepto Viseu e Tondela). Mas, por exemplo, é em Santa Comba Dão onde há mais indianos e em Oliveira de Frades mais romenos, mesmo quando comparado com Viseu.
No capital de distrito, a maior comunidade é a brasileira, seguida dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (como Angola, Cabo verde ou S. Tomé e Príncipe). Em terceiro lugar estão os cidadãos ucranianos e italianos. Do continente asiático, a comunidade indiana já está com quase tanta representatividade como a chinesa.
Cinfães, Resende e Tabuaço são os três municípios de Portugal com a menor percentagem de estrangeiros residentes.
E já de acordoo Relatório Estatístico Anual do Observatório das Migrações, Viseu é um dos distritos que viu aumentar a sua população estrangeira em mais 12,1% relativamente ao ano de 2020.

Quem são os estrangeiros?
Os estrangeiros residentes em Portugal têm um perfil mais jovem do que a população portuguesa, os brasileiros são a nacionalidade com maior expressão e foi a comunidade que mais aumentou na última década, segundo a Pordata.
Do total de estrangeiros a viverem em Portugal, 44 % tem entre os 25 e os 44 anos, faixa etária que corresponde a 28 % dos residentes nacionais. Dos imigrantes em Portugal, 12 % tem entre 30 e 34 anos.
Já os imigrantes com 65 ou mais anos são 8 %, em contraste com os 25 % de residentes portugueses nessa faixa etária.
As mulheres (51 %) representam mais de metade da população estrangeira residente, embora abaixo do peso das mulheres portuguesas (52,5 %), segundo um estudo da Pordata que faz um retrato das migrações em Portugal entre 2011 e 2021.
A população estrangeira residente em Portugal é maioritariamente originária do Brasil (37 %), seguida de Angola (6 %), Cabo Verde (5 %), Reino Unido (5 %) e Ucrânia (4 %).
Foram também os brasileiros a comunidade imigrante que mais aumentou em termos relativos nos últimos 10 anos (mais nove pontos percentuais) seguindo-se o Nepal, a Índia, Itália e o Bangladesh.
Em sentido oposto, na última década os imigrantes de Cabo Verde, Ucrânia, Roménia, Moldova e Guiné-Bissau foram os que perderam maior peso relativo.

Comparativamente a 2011 (últimos Census antes de 2021), diminuiu o peso relativo de estrangeiros do continente europeu, de 37 % para 28 %, e do continente africano, de 26 % para 18 %. Pelo contrário, aumentou a expressão de estrangeiros que chegam a Portugal da América, de 31 % para 41 %, e da Ásia, de 06 % para 12 %.
Em 2021, de acordo com os números dos Censos, analisados pela Pordata, viviam em Portugal 542.165 cidadãos de nacionalidade estrangeira, o equivalente a cerca de 5 % da população residente, um aumento de 148 mil, face há 10 anos.

2023 o ano do aumento
Entretanto, e numa atualização mais recente dos dados, mais 46.249 pessoas passaram a residir em Portugal em 2022, num ano em que pela sexta vez consecutiva o saldo migratório se manteve positivo e o número de nascimentos aumentou 5,1% face a 2021.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a população residente aumentou no ano passado para 10.467.366 pessoas.
“A taxa de crescimento efetivo da população foi positiva (0,44%) pelo quarto ano consecutivo. O acréscimo populacional verificado em 2022 resultou do aumento da taxa de crescimento migratório, para 0,83%, valor mais alto observado desde 2017, já que a taxa de crescimento natural se manteve negativa, em -0,39%”, revela o INE.
As estimativas do INE apontam para que em 2022 tenham entrado em Portugal 117.843 imigrantes permanentes, mais 21,3% do que em 2021, ao mesmo tempo que emigraram 30.954 pessoas, mais 23,4% do que no período homólogo, o que fez com que, pelo sexto ano consecutivo, o saldo migratório tenha sido positivo (86.889 pessoas).
Do total dos imigrantes permanentes: 62,2% eram homens; 51,2% tinham nacionalidade estrangeira; 59,3% nasceram num país fora da União Europeia; 70,2% residiam anteriormente num país Extra-União Europeia; e 77,9% eram pessoas em idade ativa (15 a 64 anos).
O INE acrescenta que em 2022 houve 46.229 cidadãos estrangeiros que adquiriram a nacionalidade portuguesa, um valor 15,2% abaixo do registado em 2021, sendo que entre o número total, 20.844 aquisições foram de residentes em Portugal e 25.385 de pessoas que residiam no estrangeiro.
Quase metade da população estrangeira vive na área Metropolitana de Lisboa, em comparação com os 28% da população residente total, e 92 % dos imigrantes estão concentrados no litoral do país.
Na região Centro, na última década, a população estrangeira aumentou quase para o dobro e são agora 95 mil pessoas.