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07 de 11 de 2022, 18:11

Diário

Ranking: Distrito de Viseu com oito municípios que melhor gerem o dinheiro

Saiba quais são os indicadores avaliados e as melhores e menos eficientes autarquias que integram o ranking do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses. Viseu está fora do top 100

anuário 2021

São sete os municípios do distrito de Viseu que estão entre os 100 melhores em eficiência financeira, de acordo com o ‘ranking’ global do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses e que reporta ao ano de 2021. São eles: Carregal do Sal, Cinfães, Mortágua, Penalva do Castelo, Penedono, Sátão e Sernancelhe. Todos concelhos de pequena dimensão. De fora da lista está Viseu, capital do Distrito, município que integrava o ranking no ano passado.

Estas são também as autarquias, a que se junta Vila Nova de Paiva, que lideram o ranking com melhor pontuação global no distrito de Viseu.

Dos vários indicadores analisados neste documento, um deles refere-se aos municípios que apresentam maior valor de impostos e taxas cobradas e o concelho de Viseu ocupa a 32.ª posição, com um valor de cerca de 28 milhões de taxas cobradas. Mas, o município de Viseu está ainda entre os municípios com maior aumento de passivo, ocupando o 35.º lugar do ranking global, seguindo-se Lamego (40.º).

Também segundo o Anuário, Viseu está entre as 13 autarquias que aumentaram a despesa com o pessoal acima da média nacional (7,9%). Na autarquia viseense, os gastos aumentaram seis milhões de euros, o que corresponde a uma subida de 38,5%.

Entre os municípios com o menor valor no passivo, do distrito de Viseu e que englobam o ranking global, estão Sátão, Penalva do Castelo, Vila Nova de Paiva, Sernancelhe e Mortágua.

Penedono é o segundo município do país com o menor índice de dívida. Já Tabuaço está entre os vinte municípios que ultrapassaram o limite de endividamento permitido por lei em 2021

O ‘ranking’ tem em conta a ordenação global dos municípios de acordo com o seu desempenho na conjugação de nove indicadores: índice de liquidez, razão entre os resultados antes de depreciações e gastos de financiamento (EBITDA) e os rendimentos operacionais, peso do passivo exigível no ativo, passivo por habitante, grau de cobertura das despesas (despesa comprometida/receita liquidada liquida), grau de execução do saldo efetivo, na ótica dos compromissos, índice de dívida total, índice de superavit e impostos diretos por habitante.

Em Portugal, apenas 74 (24%) dos 308 municípios apresentaram em 2021 “um nível satisfatório de eficácia e eficiência financeira”,

De acordo com o documento, foram 74 os municípios que apresentaram um nível satisfatório com base na conjugação de nove indicadores, ao obterem uma pontuação total superior ou igual a 50% da pontuação global.
“Em face deste cômputo, a situação não foi muito favorável aos restantes 234 municípios (76% do total do universo), os quais apresentaram uma pontuação global inferior a 50% da pontuação total do ‘Ranking Global’, isto é, uma pontuação inferior a 900 pontos”, é salientado.

Segundo o Anuário, 43 dos 74 municípios com desempenho satisfatório obtiveram uma pontuação entre 50% e 70% da pontuação máxima possível (1.800 pontos).
No Anuário, o ‘ranking’ global da prestação dos municípios apresenta apenas as 100 autarquias que obtiveram as melhores prestações.
A melhor pontuação foi atingida pelo município de Sintra (1.600 pontos num máximo possível de 1.800), seguida por Santa Maria da Feira (1.511) e Marinha Grande (1.501).
Apenas sete municípios tiveram pontuação igual ou superior a 80%: três deles foram municípios de grande dimensão (Sintra, Santa Maria da Feira e Maia), dois de média dimensão (Marinha Grande e Abrantes) e dois de pequena dimensão (Santana – Madeira - e Grândola).
Segundo o documento, em 2021, nos 100 municípios com melhor classificação, 14 são de grande dimensão, 34 de média dimensão e 52 de pequena dimensão.

“Representando os pequenos municípios 60,1% do total do universo, conclui-se que, genericamente, os municípios de pequena dimensão são os que apresentam maior dificuldade em integrar o ‘ranking’ dos 100 melhores municípios, em termos de eficácia e eficiência financeira, situação justificada, essencialmente, pelo baixo valor de receitas próprias, designadamente as provenientes de impostos”, é salientado.
Em termos de distritos, Aveiro, Faro, Leiria e Lisboa têm metade ou mais de metade dos seus municípios na lista dos 100 melhores do país em termos de eficácia e eficiência financeira, é destacado.

O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses relativo a 2021 é da autoria de um grupo de investigadores, com coordenação da professora Maria José Fernandes, do Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade(CICF) – Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) e do Centro de Investigação em Ciência Política (CICP) – Universidade do Minho.
O documento é realizado desde 2004 (relativo a 2003) com o apoio da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) e pode ser consultado em www.occ.pt.