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Tondela/FICTON: Autarca envia recado ao Governo e Secretário de Estado promete ser bom ''pombo-correio''

Na inauguração, a autarca de Tondela pediu uma maior atenção para os perigos da atual ER230, que liga Tondela e Carregal do Sal. Membro do Governo garantiu que vai desempenhar bem o papel de “pombo-correio”

Fotógrafo: Diogo Paredes

A inauguração da 29ª edição da Feira Industrial e Comercial de Tondela (FICTON) ocorreu esta quarta-feira. Na cerimónia, além da autarca tondelense, Carla Antunes Borges, marcaram presença diversos presidentes de câmaras municipais do distrito de Viseu, assim como o secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Carlos Miguel.

O evento ocorreu no recinto da FICTON, que este ano mudou o seu espaço, encontrando-se agora no local da feira semanal de Tondela. Carla Antunes Borges foi a primeira a subir ao palco, onde começou por destacar o apoio do secretário de Estado na realização das obras de requalificação da creche do Recreio do Caramulo, assim como a Capela da Senhora da Saúde, em Carvalhal da Mulher. A autarca aproveitou ainda o momento para reforçar o pedido de aprovação das candidaturas que possibilitarão uma intervenção na Biblioteca Municipal.

Carla Antunes Borges exigiu, da parte do Governo, presente na inauguração na figura de Carlos Miguel, um “olhar mais atento” em relação à Estrada Regional 230, que liga Tondela a Carregal do Sal. “Apesar dos sucessivos alertas, as obras que foram feitas na via estão aquém do esperado e do que é preciso para reduzir os índices de sinistralidade na estrada”, lamentou a presidente de câmara. “Já alertámos várias vezes a Infraestruturas de Portugal, mas infelizmente o problema mantém-se. É urgente a adoção de medidas face aos níveis de sinistralidade ocorridos na estrada.”

Depois da intervenção da autarca de Tondela, foi a vez de o secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território tomar lugar no púlpito, onde optou por não deixar o alerta em relação à ER230 sem resposta: “Quanto à Estrada Regional 230, não sou mais que pombo-correio, e por isso serei pombo-correio com todo o gosto, dizendo ao senhor ministro que esta gente, que é a nossa gente, está preocupada com a estrada e com as condições em que a mesma está a ser renovada.”

De frente para presidentes de autarquias como Nelas ou Carregal do Sal, o membro do Governo aproveitou para informar que, em 2024, serão aplicados contratos-programa para a beneficiação de instalações municipais, com incidência nos paços do concelho e nas sedes das juntas de freguesia. “Repito, beneficiação. Não é obra nova”, avisou, contudo, Carlos Miguel.

“Finalmente, vamos fazer justiça à injustiça que tem dezenas e dezenas de anos, naquilo que se refere à ADSE e ao facto de a ADSE nas autarquias ser paga duplamente”, informou ainda o responsável pela pasta da Administração Local e Ordenamento do Território. “É paga pelo funcionário através da sua prestação, e depois as câmaras municipais e as juntas de freguesia têm de pagar a fatura da mesma receita, uma espécie de dupla tributação.” Sem explicar, no entanto, de que modo esta medida seria aplicada, Carlos Miguel afirmou que a “dupla tributação” representa um gasto de cerca 80 milhões de euros.

Carlos Miguel salientou ainda que “o défice demográfico é uma realidade que temos todos de combater, chamando mais empresas, porque só assim é que temos mais gente e maior riqueza e qualidade de vida”. O secretário de Estado explicou que o programa Portugal 2030 vai focar-se nas áreas empresariais existentes e que precisem de renovação. “Neste território, setores como o farmacêutico, o automóvel e o ambiental têm uma expressão muito grande que importa salientar, apoiar e de alguma forma engordar no bom sentido, com mais empresas e mais empresários”.