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07 de 02 de 2023, 14:05

Diário

Viseu: Mil ‘professores em união para defender a educação’

Em Viseu, os professores disseram “presente”, encheram o Rossio e fecharam dezenas de escolas por todo o distrito. Greve, garantem os sindicatos, teve uma adesão de 98 por cento

Greve dos professores em Viseu

Fotógrafo: Igor Ferreira

Apitos, palavras de ordem, tarjas, cartazes e cerca de mil professores a pedir respeito numa greve que, garantem os sindicatos, teve uma adesão de 98 por cento. Viseu foi o distrito que hoje recebeu os protestos dos docentes, numa ação organizada por nove estruturas sindicais.

“Não desistimos facilmente”, podia ler-se num dos muitos cartazes que seguravam com as mãos. Em Viseu, os professores disseram “presente”, encheram o Rossio e fecharam dezenas de escolas por todo o distrito.

Pouco antes das 11 da manhã já centenas se concentravam junto ao Largo de Santa Cristina. E se a moldura humana já era um bom indicador de que a luta estava na rua, os apitos não deixavam ninguém indiferente. O objetivo, diziam, fazerem-se ouvir, “de uma vez por todas”.

À hora marcada, com a voz afinada, a marcha seguiu em direção ao Rossio onde mais umas centenas de professores se juntaram vindos de norte a sul do distrito: Tondela, Castro Daire, Viseu, Mortágua, Carregal do Sal, Penedono ou Cinfães foram alguns dos municípios que se fizeram representar numa luta que dizem ser de anos.

Do concelho de Tondela estava, por exemplo, um conjunto de professores de Molelos que envergava vários jarros feitos em cartolina, uma alusão às peças de barro negro típico daquela localidade. Escritas estavam várias palavras como basta ou liberdade.

E nem o galramento foi esquecido! Num cartaz usando a gíria de Molelos estava um recados para os ‘Costas’, o primeiro-ministro António Costa e o ministro da Educação, João Costa: “Monilha para os Costas”. “Não é uma palavra bonita, mas é o que merecem!”, justificaram.

“Os professores exigem respeito”, “professores unidos jamais serão vencidos”, “Em Viseu a luta continua nas escolas e na rua” ou “pela defesa da escola pública” foram outras das mensagens que os cerca de mil professores quiserem deixar.

E nem António Costa faltou. Num dos muitos cartazes estava uma fotografia recheada de recados para o primeiro-ministro.

E sob o olhar atento de quem passava pela rua e até de muitos alunos que aproveitaram para fotografar e filmar a luta de uma classe que se diz “desrespeitada há muito tempo”, os professores garantiram estar fartos, mas asseguraram que Viseu deu uma lição a quem trata da educação.