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26 de 02 de 2023, 09:00

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Freguesias vinhateiras vão ter via verde para serem 'Aldeias de Portugal'

Associação do Turismo de Aldeia vai assinar protocolo com a Associação de Municípios Portugueses do Vinho

Parceria entre Aldeias de Portugal e AMPV - Fotos de Vânia Silva (5)

Fotógrafo: Vânia Silva

As freguesias conhecidas pela produção de vinhos vão poder ficar reconhecidas como “Aldeias de Portugal”. A Associação do Turismo de Aldeia (ATA) vai assinar a 1 de março um protocolo com a Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) que, segundo as organizações, “agilizará o processo de classificação” destas localidades.

A parceria é descrita como “mutualmente benéfica” e tem como objetivo preservar e promover “o património material e imaterial que é identitário da história e da cultura portuguesas, em particular no que se refere ao mundo rural e ao vinho”.

O acordo irá servir de “via rápida” para as candidaturas das freguesias vinhateiras por parte da ATA, que irá analisar os dossiês depois de previamente tratadas pela AMPV tendo em conta critérios como a ruralidade, a tradição agrícola e a oferta gastronómica e vinícola.

Teresa Pouzada, presidente da ATA, refere que esta abertura é “encorajadora e estimulante” e defende que a tradição do vinho é “claramente indissociável” da ruralidade portuguesa e da história agrícola e económica do país.

A dirigente frisa que o vinho é um dos produtos nacionais mais exportados e diz que as ofertas turísticas baseadas neste produto são “um fator de atratividade para o turista nacional e estrangeiro”. “Nesse contexto, as freguesias vinhateiras poderão oferecer aos visitantes programas mais autênticos e genuínos sobre a vinha, a transformação da uva e as tradições relacionadas com matéria-prima e produto final”, explica Teresa Pouzada.

José Arruda, secretário-geral da AMPV que reúne 117 municípios, acrescenta que, com esta parceria, estão criadas “ainda mais potencialidades para a promoção do turismo de proximidade”. “Se no arranque deste processo os nossos atuais 117 municípios indicarem duas a três freguesias com tradição vitivinícola, só nesta fase inicial estaremos a falar de 200 a 300”, refere.

A oferta local de gastronomia, vinhos e outros produtos regionais é critério de avaliação na candidatura à classificação como “Aldeia de Portugal”, mas uma comissão de especialistas irá também analisar outros aspetos como “o estado de conservação do edificado local, o seu património histórico e cultural, a acessibilidade viária ao povoado e a oferta de atividades ligadas à agricultura e ao setor primário”.

A ATA aprovará as aldeias que cumpram a maioria desses requisitos e “evidenciem uma proporção adequada de fatores de atração turística”. As candidaturas deverão contar com o envolvimento das comunidades locais com a criação de um comité de representantes da aldeia.

O distrito de Viseu já tem várias “Aldeias de Portugal” classificadas. São elas São Xisto (São João da Pesqueira), Barcos (Tabuaço), Fujaco (São Pedro do Sul), Quintela de Azurara (Mangualde), Pindelo dos Milagres (São Pedro do Sul), Oliveira do Conde (Carregal do Sal), Fataunços (Vouzela), Jueus (Tondela), Esmolfe (Penalva do Castelo) e Caldas da Felgueira (Nelas).

Também integram a lista as localidades de Covelo de Arca (Oliveira de Frades), Vale de Papas (Cinfães), Couto do Mosteiro (Santa Comba Dão), Marmeleira (Mortágua), Souto (Penedono), Pendilhe (Vila Nova de Paiva), Pena (São Pedro do Sul), Mezio (Castro Daire), Lapa (Sernancelhe), Granja do Tedo (Tabuaço), Covas do Monte (São Pedro do Sul), Campo Benfeito (Castro Daire), Boassas (Cinfães), Barranha (Aguiar da Beira), Castelo (Sátão), Manhouce (São Pedro do Sul), Várzea de Calde (Viseu) e Oliveira do Conde (Carregal do Sal).