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26 de 07 de 2023, 17:50

Diário

Desigualdade de rendimentos no distrito de Viseu baixou em 2021

Viseu é o concelho onde se ganha mais e Resende é onde o rendimento declarado é mais baixo. Em Viseu Dão Lafões, as famílias declararam em média 9.494 euros

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Fotógrafo: DR

Quinze concelhos da região de Viseu baixaram a desigualdade de rendimentos em 2021, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Viseu é onde se ganha mais e Resende é onde o rendimento declarado é mais baixo.

O valor mediano do rendimento bruto declarado anual, em sede de IRS, no concelho de Viseu subiu para os 10.513 euros em 2021, um crescimento de 4,2 por cento em comparação com o ano anterior.

O segundo município com o maior rendimento declarado é Mangualde, com 9.511 euros, seguido de Tondela, com 9.481 euros.

Mas o maior crescimento registou-se em Cinfães, que subiu 8,5% para os 7.157 euros de rendimento médio, seguido de Armamar (+8,3% para os 8.034 euros) e de Tabuaço (+6,7% para os 7.553 euros).

Resende é o concelho com o menor rendimento declarado em sede do IRS, com 7.016 euros, tendo obtido uma subida de 6% face a 2020.

Em toda a região Viseu Dão Lafões, o rendimento mediano rondou os 9.494 euros. O Tâmega e Sousa (8.568 euros) e o Douro (8.943 euros) estão entre as regiões com o rendimento mais baixo em todo o país.

Desigualdade desceu mais em Sernancelhe. Vouzela foi onde mais aumentou
Quanto à desigualdade de rendimentos, o concelho onde baixou mais foi Sernancelhe, que baixou 1,6 por cento no coeficiente de Gini, que ficou nos 31,6%.

Em Viseu, o fosso entre os mais ricos e os mais pobres baixou 0,4% para os 35,2%. A desigualdade também desceu em Nelas (-1,3%), Cinfães (-1,2%), Lamego (-0,9%), Tarouca (-0,8%), Castro Daire (-0,8%), Mortágua (-0,8%), São João da Pesqueira (-0,7%), Tabuaço (-0,6%), Armamar (-0,5%), Aguiar da Beira (-0,4%) e Carregal do Sal (-0,2%).

Resende foi o concelho onde a desigualdade baixou menos, com uma quebra de apenas 0,1%. Tem também o maior coeficiente de desigualdade no distrito com 38,8%, um número acima da média nacional (36,1%).

Oliveira de Frades, que regista o coeficiente de Gini mais baixo com 30,4%, sofreu uma redução de 0,4%.

Já o concelho onde mais aumentou a desigualdade entre os que ganham menos e os que auferem maiores rendimentos foi Vouzela, que teve uma subida de 0,8% em comparação com 2020.

A desigualdade também aumentou em Mangualde (subida de +0,5%), Tondela (+0,2%), Sátão (+0,1%), São Pedro do Sul (+0,1%).

O coeficiente de Gini não sofreu mexidas em Moimenta da Beira, Vila Nova de Paiva, Penalva do Castelo e Santa Comba Dão.

O coeficiente de Gini é utilizado para avaliar a distribuição da riqueza. Neste estudo do INE, a desigualdade foi avaliada numa escala de zero a 100, sendo que o zero significa que “todos os indivíduos têm igual rendimento e o 100 revela que “todo o rendimento se concentra num único indivíduo”.

O INE explica ainda que estes dados sobre os rendimentos se basearam principalmente em três indicadores: o rendimento bruto declarado à Autoridade Tributária, o IRS liquidado que corresponde ao imposto final pago todos os anos ao Estado e a variável de rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado.

O INE refere que o rendimento bruto declarado corresponde ao montante “antes de efetuada qualquer dedução específica” para os rendimentos do trabalho dependente ou de pensões ou, no caso das restantes categorias, ao rendimento líquido “deduções específicas”.

Já o IRS liquidado corresponde ao imposto pago, ou seja, “à coleta líquida das deduções previstas no código do IRS e dos benefícios fiscais, antes de efetuadas as deduções relativas às retenções na fonte e aos pagamentos por conta”. Para elaborar estes dados, o INE recebeu dados anonimizados sobre as notas de liquidação do IRS.

No ano passado, dados do Gabinete de Estudos do Ministério das Finanças revelaram que o distrito de Viseu tinha 35 super-ricos em 2020. Em Viseu concelho, das 69.169 declarações entregues nesse ano, apenas 19 faziam parte dos 0,1% mais afortunados. Em contraste, 4.181 agregados representavam os 10% mais pobres.